terça-feira, 23 de setembro de 2014

Estreia: Arruda com Alecrim, dias 02, 03 e 04 de Outubro


Estreia, neste início de outubro, nos dias 02, 03 e 04 (quinta, sexta e sábado), a mais recente montagem da Cia. Teatral Oops!.., o espetáculo “Arruda com Alecrim”. A montagem é fruto do processo de Intercâmbio e Residência "Interações Cênicas", que tem o Apoio Institucional do Fundo Estadual de Cultura de Goiás. O intercâmbio e a residência se deram com o Grupo Trupicão de Teatro, pautados em uma pesquisa acerca de técnicas teatrais e, também, sobre a culturalidade goiana, buscando descobrir elementos das raízes culturais do nosso Estado, que nos ajudam a compreender e perceber o modo de ser e pensar goiano. Todas as apresentações serão gratuitas.

O Projeto Interações Cênicas
O Projeto “Interações Cênicas” promove interações artísticas entre os integrantes da Cia. Teatral Oops!.. e do Grupo Trupicão Cia. de Teatro, estabelecendo conexões entre as pesquisas e as diferentes linguagens artísticas utilizadas no trabalho realizado por cada companhia. O objetivo é desenvolver uma pesquisa de novas possibilidades cênicas (visto que a possibilidade de interação estética de diferentes artistas, em suas diferentes pesquisas, tende a resultar em uma experiência repleta de novidades) e sua subsequente difusão, por intermédio da realização de um espetáculo teatral, cuja dramaturgia é fruto deste importante intercâmbio teatral, promovendo, também, a interação do público com esta vivência teatral, por meio de apresentações do produto resultante da pesquisa.

A Cia. Teatral Oops!..
Criada em 2000, na cidade de Goiânia (GO), a Cia. Teatral Oops!.. desenvolve um Teatro pautado na pesquisa de linguagens, que busca dialogar com a tradição e a contemporaneidade, o popular e o erudito, o Teatro de Rua e o palco, sempre buscando uma nova forma de se comunicar com o público, a partir de uma linguagem do nosso tempo, que é caracterizado pela velocidade de informações e sinestesias visuais.

Release:
“Houve um homem no mundo, homem de grande riqueza. Bem perto dele morava um pobre de natureza. Tanto tinha um de rico quanto o outro de pobreza”. Duas famílias, separadas pelo poder e pela pobreza, unem-se, por meio do amor proibido de seus filhos: Mariquinha, a menina princesa, e Zezinho, o filho do sapateiro, os quais vivem história semelhante ao clássico amor de Romeu e Julieta. Nesse caso, o amor desencontra-se justamente na diferença financeira.

“Arruda com Alecrim” proporciona o encontro da Cia. Teatral Oops!.. com o regionalismo goiano. Um encontro que nos revela e nos humaniza, pois é um encontro com os nossos antepassados, nossos semelhantes, nossos costumes, nosso chão, nossa música, nosso falar. Um encontro com nossa forma primitiva e original: pura, brejeira e goiana.  

No decorrer da história, vamos conhecendo as personagens, que foram inspiradas nos arquétipos do regionalismo goiano, como o “caipira”, o “coronel” e as “comadres”, entre outros. Percebe-se a “goianidade” por meio dos sotaques brejeiro e sertanejo, nas modas de viola, no fole da sanfona e nos elementos da cultura popular. Toda a trilha do espetáculo é executada ao vivo pelos atores em cena.

Busca-se não só expor os aspectos do interior goiano, onde nós nos reconhecemos como tal, mas representar uma universalidade em que todos os seres humanos se reconheçam. Não por acaso, esse encontro se deu no ninho teatral, mais especificamente na linguagem contagiante do Teatro de Rua, que resultou em um espetáculo alegre, divertido, brincalhão. 



“Arruda com Alecrim” é uma forma desprendida, desatada, desembaraçada de fazer Teatro. É o resultado de uma experiência vivida no transcorrer de muitos meses de ensaio. A dramaturgia do espetáculo foi construída por Sandro Freitas, a partir de manuscritos herdados de seu avô paterno. O tema é o amor impossível de dois jovens apaixonados. O texto nos evidencia cada Julieta e Romeu perdidos nos sertões e nas matas de árvores tortas do nosso Cerrado, personificados em Mariquinha e Zezinho, protagonistas dessa história. A identificação está no Amor, que é e sempre será a língua universal de tudo o que vive, e na Dor, que iguala tudo.

Sinopse:
A história tem como cenário uma pequena cidade no interior de Goiás e narra o amor de Mariquinha, a filha de um milionário, e Zezinho, o filho do sapateiro. Os dois fazem amizade no tempo de meninos e, com o passar dos anos, trocam juras de amor e fazem um pacto de casamento. O romance dos dois jovens apaixonados transcorre sem nenhuma ameaça, até que a mãe de Mariquinha encontra um bilhete em que Zezinho faz juras de amor à moça. Ao tomar conhecimento da afeição da filha pelo pobre filho do sapateiro, o pai de Mariquinha proíbe o romance dos dois e ameaça matar Zezinho, caso sua ordem não seja cumprida. Com medo de que o pai cumpra a palavra, Mariquinha vai até Zezinho e ordena que ele fuja e só volte quando conseguir bastante dinheiro para pedi-la em casamento. Apavorado, Zezinho foge para terras muito distantes, onde consegue juntar grande fortuna. Quando consegue o feito de se enriquecer mais que o pai de Mariquinha, ele volta à pequena cidade de onde saiu, para pedi-la em casamento, mas caberá ao Destino decidir se seu desejo se concretizará ou não.

Ficha Técnica:

Coordenador Geral: João Bosco Amaral
Coordenador do Intercâmbio/Residência: Sandro Freitas
Produtora Executiva: Sol Silveira
Supervisão Dramatúrgica: Sandro Freitas
Pesquisa de Musicalidade: Lino Calaça
Fotógrafo e Assessor de Imprensa e Comunicação: Gilson P. Borges
Diretor do Espetáculo e Dramaturgia: Sandro Freitas
Trilha Sonora: Lino Calaça
Cenografia: João Bosco Amaral e Lino Calaça
Figurino: Célia Rodrigues e Sandro Freitas
Maquiagem: Francisco Nikollay
Operação de Som: Lino Calaça
Preparação Corporal: João Bosco Amaral
Elenco: Thamis Rates, Francisco Nikollay, João Bosco Amaral e Sol Silveira

Serviço:
Estreia - Espetáculo Teatral “Arruda com Alecrim”
Cia. Teatral Oops!..
Dia 02/10 (quinta-feira), às 19h, na Praça Constantino Xavier, em Trindade
Dia 03/10 (sexta-feira), às 17h, no Parque Lago Azul, em Goianira
Dia 04/10 (sábado), às 10h, no Bosque dos Buritis, St. Oeste, em Goiânia
Todas as apresentações são gratuitas
Contato para entrevistas: João Bosco Amaral - (62) 8408-7294

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Perfume para Ouvidos

O processo de Intercâmbio e Residência "Interações Cênicas", que tem o apoio Institucional do Fundo Estadual de Cultura de Goiás, está realizando uma montagem de uma pesquisa sobre a culturalidade goiana, buscando descobrir elementos das raízes culturais de nosso estado que nos ajuda a compreender e percebe o modo de ser e pensar goiano.


A Oops!.. propôs este Intercâmbio e Residência ao Trupicão no exato momento em que a Cia. tem participado de Festivais por toda a parte do país e também alçando vôos internacionais, e na hora de mergulhar em si mesmo, descobrimos um universo muito grande, infinito, que comunica-se com as culturas das diversas partes. Que se comunica com cada célula de nossos corpos.

No primeiro momento, o objetivo era partir da obra clássica, da dramaturgia universal de Shakespeare, através da obra Romeu e Julieta. Queríamos ser "universais". Mas descobrimos que nada é mais universal do que ser o que se É. O Teatro É. E neste mergulho na "goianidade", revisitamos cada momento de nossas vidas, de nossa ancestralidade, de nossa identidade. E talvez nesta interação, a palavra chave seja justamente esta: Identidade.

Identificar-se em si, encontrar-se com as raízes da tradição das manifestações culturais populares, com a vocalidade regional, com os cantos da Folia, com a Fé das festas sagradas e profanas, com a corporeidade e o ritmo das batidas do sertanejo, das tropas e boiadas, do olhar desconfiado do matuto do interior. Identificar-se na Ação física Stanislavskiana, na Crueldade Artaudiana, encontrar-se nas métricas de cada Partitura vocal, corporal e musical. Deslizar nas curvas da Viola, suspirando no fole da sanfona. Em cada "R" retroflexo encontrar-se com as vozes dos antepassados. Do Geraldinho aos Mudras Indianos, perfumando nossos ouvidos ao som da Arruda com Alecrim.

A criação da dramaturgia inédita, supervisionada e desenvolvida por Sandro Freitas, diretor do Trupicão, nos evidencia cada Julieta e Romeu perdidos nos sertões e nas matas de árvores tortas do nosso cerrado, personificados neste processo em Mariquinha e Zezinho. No Amor, que é e sempre será a língua universal de tudo que vive. Na dor, que iguala tudo.

Na música, coordenada por Lino Calaça, descobrimos um novo e difícil desafio, mas que fortalece cada ação cênica nossa como atores. na disciplina e na simbiose de sentir o instrumento, de exercitar o ouvir e perceber. Perceber-se a si mesmo, ao outro, aos outros instrumentos, e à música sempre onipresente. Ouvir as lamúrias das Modas de Viola incessantemente, tornar-se cúmplice de cada lamento, de cada saudação à mãe Terra, à terra, à força poderosa da Natureza. E na força da natureza, entender a própria natureza, e se arriscar a ser natureza, e então CRIAR!